sábado, 23 de março de 2013


Teatro Contemporâneo – Os sonhos de Helena

 Márcia Maia 

                                                                       O ator deve trabalhar a vida inteira, cultivar        seu espírito, treinar sistematicamente os seus dons, desenvolver seu caráter; jamais   deverá se desesperar e nunca  renunciar a este objetivo  primordial: amar sua arte com todas as forças e amá-la sem egoísmo.

                                                                                         Constantin Stanislavski      

         A última unidade a ser trabalhada na disciplina Prática de Criação Dramática foi Teatro Contemporâneo, cujas características estar em movimentos e experimentações artísticas que se opuseram ao naturalismo que dominava os palcos da Europa no final do século XIX. Surge, então, a partir do início do século XX uma nova maneira de pensar e fazer teatro, cujo experimento ganha forma e força em vertentes teatrais como: o Teatro Expressionista; o Teatro Épico; o Teatro da Crueldade e o Teatro do Absurdo.

      Para melhor compreensão desta unidade, vale destacar alguns aspectos dessas vertentes que influenciaram na formação do que hoje conhecemos como Teatro Contemporâneo.

            O Teatro Expressionista é caracterizado pela expressão de intensas emoções, enfocando o pessimismo da vida, em que a angústia, dor e inquietação diante da realidade são essenciais para a expressividade do artista, cujo desfeche estar em denunciar os problemas sociais.  O cenário expressionista inovou ao não apresentar peças com elementos realistas à cena, devido acreditar que entre a arte e a vida real há um abismo, cuja valorização da primeira tem que ser por si só e não atrelada a imitação da realidade.  Principais representantes do expressionismo teatral: Georg Kaiser (1878-1945) e Ernst Toller (1893-1939).

            O Teatro Épico se distingue por trabalhar temas coletivos, politizado. Precursores: Erwin Piscator (1893-1966); Bertolt Brecht (1898-1956), em destacou-se ao criar o “Efeito de Distanciamento”, deixando claro ao público que teatro não é vida real.

            O Teatro da Crueldade se desenvolveu na França, por Antonin Artaud (1896-1942), cuja principal característica estava em rejeitar as regras do teatro Naturalista de Stanislavski. Para Antonin, o teatro é uma estética mágica e energética, que sua execução deva ultrapassar os palcos e ir onde o povo estar, assim de fato o público se confrontaria com sua própria subjetividade, seus sentimentos.

            O Teatro do Absurdo nasceu do Surrealismo, defendendo ideias subjetivas a respeito do absurdo daquilo que não se vê e não se sente. O Teatro do Absurdo se caracteriza por expor sentimento e comportamento humano, tendo como objetivo provocar no público reflexões instigadas por personagens que revelam paradoxos, incoerências, ignorâncias em contextos de cunho expressivo, trágico, rico em discussões psicológicas e forte crítica à sociedade com seus paradigmas e valores morais burgueses. O Teatro do Absurdo recebeu esse nome do crítico teatral Martin Esslin ao refletir que a humanidade estar perdida num mundo sem sentido.

O Teatro Experimental tem como proposta apresentar ao público um teatro com poucos recursos cênicos, destacando somente no cenário aquilo que é de extrema necessidade para a encenação, valorizando assim a relação ator e espectador. Jerry Grotowski (1933-1999) é um dos grandes nomes do teatro contemporâneo mundial, criador do Teatro Pobre.

Outros nomes do teatro contemporâneo mundial que se destacaram foram: Joseph Chaikin, Eugênio Barba, Peter Brook, Richard Schechner, Heiner Müller.

No Brasil, podemos destacar alguns nomes que contribuíram com o teatro contemporâneo brasileiro, sendo: Oswald de Andrade, Nelson Rodrigues, Jorge de Andrade, Plínio Marcos, Ariano Suassuna, Dias Gomes, Augusto Boal – Teatro do Oprimido -, Amir Haddad, José Celso, Carlos Queiroz – Teatro Oficina -, entre outros.

Com uma compreensão melhor do teatro contemporâneo, foi mais fácil absorver o que a professora Gisele Vasconcelos propôs como experimento em sala de aula.  Gisele traz para dentro de sala de aula o tema “sonhos”, para isso ela oportunizou a turma trabalhar com alguns textos do Livro dos Abraços de Eduardo Galeano1, publicado em 1989. Nesse primeiro momento, eu não estava presente em sala de aula, pois precisei viajar a serviço.

Quando me fiz presente na aula seguinte, encontrei a turma narrando seus sonhos. A princípio não me vi com vontade de falar sobre meus sonhos, por que não gosto muito de sonhar, mas como dizem os cientistas: todos nós sonhamos todas as noites. Então, não podia ser diferente dos outros, resolvi dar meu depoimento. Nesse momento, a turma já estava em outra etapa do experimento, mas mesmo assim me esforcei e relatei um pouco de um sonho que se repetia em minha vida.

Um dos textos de Galeano trabalhado por toda a turma foi os sonhos de Helena. A compreensão deste texto se deu por meio de experimentos, até chegarmos a uma encenação final. Um dos experimentos se deu com os alunos posicionados em fila indiana e todos tinham que se expressar e se esforçar para chamar a atenção de “Helena” para que ela escolhesse que sonho queria sonhar. Os sonhos bons, os maus, os repetitivos, os que nunca foram sonhados, os tristes, os alegres, os que caiam no abismo, os amorosos, enfim, todos os tipos de sonhos gritavam para Helena: “Me sonha, me sonha!” Com esse experimento e outros que surgiram desde então, foi-se criando a dramaturgia para a encenação final.

Gisele dividiu a turma em três grupos, cada grupo ficou responsável em criar sua forma de dramaturgia dos sonhos, tendo o texto de Galeano como fonte de pesquisa. Dessa forma, os três grupos criaram sua versão de os sonhos de Helena. Antes de apresentarmos, Gisele teve com cada grupo um momento para poder contribuir no processo de criação dos alunos.  

Este é o grupo do qual fiz parte:

“Sonho meu, sonho meu. Vai buscar quem mora longe, sonho meu. Vai mostrar essa saudade, sonho meu. Com a sua liberdade, sonho meu. No céu a estrela guia se perdeu. A madrugada fria só me traz melancolia, sonho meu”. Maria Bethânia.

 
             
Agradeço aos componentes deste grupo por terem aceitado que eu participasse da encenação, pois não participei do processo de criação da dramaturgia no primeiro momento. Como também, a professora Gisele Vasconcelos por ter sido a profissional que foi.

_____1Eduardo Galeano, nasceu em Montividéu – Uruguai. Recebeu o prêmio Casa das Américas em 1975 e 1978 e o prêmio Aloa dos editores dinamarqueses em 1993.

Bibliografia Consultada

-            http://pt.wikipedia.org/wiki/Teatro_do_absurdo, em 12 de março de 2013 às 22h00min h.

- http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/historia-do-teatro/teatro-expressionista-2.php em 12 de março de 2013 às 22h20min.

        http://pt.wikipedia.org/wiki/Samuel_Beckett em 12 de março de 2013, às 11h30min h.

        Galeano, Eduardo. O Livro dos Abraços, 1989.


 


 

quarta-feira, 20 de março de 2013

O MUNDO CONECTADO E CRIATIVO

 Por Necylia Monteiro


                  O mundo contemporâneo? O que é contemporâneo? ATUALIDADE, AtualizAÇÃO, o mundo está conectado! Neste exato momento, esse mesmo, que você está lendo este parágrafo até o seu fim, milhões de pessoas estão trocando informações, milhões de pessoas vão estar se conhecendo hoje sem importar a distancia... O fluxo intenso de informações trocadas ultrapassa a barreira do tempo, espaço e diferenças... Estamos todos conectados num mundo cada vez mais individualista, essa confluências de linguagens que se cruzam entre si, formulam mil e uma novas formas de comunicação com o próprio mundo.
Poemas na internet, exposições em três dimensões, espetáculos usando transmissões ao vivo, inovadoras técnicas de pintura e escultura, a sétima arte é pura tecnologia e efeitos que transportam qualquer um para outro mundo, instalações que te levam a outra atmosfera e são capazes de brincar com nossos sentidos, a fotografia digital em apogeu, corpos que dançam com projeções e efeitos no corpo, uma violinista desconstrói o clássico e transforma sua música... Será essa a arte contemporânea? Por outro lado a arte contemporânea é aquela dos dançarinos descalços e livres, dos performers intervindo nas ruas, das exposições a céu aberto e ao acesso de todos...
Intervenção "Sinal" Núcleo Atmosfera e Grupo Cara de Arte Foto: Taciano Brito
Intervenção "Percurso" Grupo Cara de Arte
Intervenção "Percurso" Grupo Cara de Arte 
Experimento em Dança "Solos" Grupo Cara de Arte  Foto : Layo Bulhão
"Inconcretus" com Raurício Barbosa I Festival de arte contemporânea da UFMA
Experimento em Dança-teatro "O dono do amor" Foto: Layo Bulhão

No teatro contemporâneo muitas vezes se caracteriza colaborativo, interativo, moderno, com tendências narrativas, pós-dramático e etc. Essa nova forma de se pensar na cena gera longas discursões em que por deveras se utiliza do clássico para explicar o contemporâneo, o texto não é mais o centro, o autor ou diretor não é a única mente criativa e o texto dramático não é mais a única base para a cena! Sobre isso Eduardo César Silveira fala que:
Durante muito tempo o texto no teatro foi um dos elementos mais importantes, que precedia e determinava a encenação. Os atores interpretavam conforme as circunstâncias propostas pelo texto dramático. E a criação dramatúrgica ficava a cargo de apenas um autor, o dramaturgo. Os dramaturgos clássicos escreviam suas peças e publicavam ou as destinavam a companhias específicas, cabendo a ele, a única função de pensar e elaborar o texto, dando às vezes pequenos palpites aos atores durante os ensaios, mas nada que caracterizasse uma participação efetiva no processo de construção teatral. Nos últimos anos, entretanto, alguns grupos de teatro começaram a se dedicar a uma pesquisa coletivizada no seu modo de fazer e de pensar, onde a voz maior no trabalho se dava através do grupo, de todos que participavam do mesmo. (SILVEIRA, 2011, p. 1-2).
Ao que se vê o teatro contemporâneo parte de uma visão particular para então se tornar geral, sendo a origem do material advinda de qualquer coisa, tudo pode virar texto... Nesta terceira unidade que se iniciou com o ano de 2013, vamos tornar nossos sonhos, cena!
“Todo mundo sonha, sonha acordado, sonha dormindo, sonha o que quer ser, sonha com coisas pra acontecer, prevê... Quando criança sonhava com um vestido azul, isso deu origem a Clarissol, uma estória que me orgulho em ter escrito, de certo, os sonhos eram mais sinceros e divertidos quando éramos crianças, ninguém sonha mais que voa entre as árvores, ou que tem superpoderes, ninguém mais sonha que está no banheiro e faz xixi na cama. Parece que cada pessoa sonha que é sol, só sonha para si, só sonha consigo e para si, mas também qual a graça de sonhar um sonho para os outros? Pensar em sonho é pensar em nuvens, é imaginar mundos, contando os sonhos ou não, se realizando ou não, eles serão sempre só nossos. Bom mesmo seria se o que a gente vive fosse sonho e o que a gente sonha fosse o que a gente vive, ao menos assim ninguém faria xixi na cama quando criança”.
Dormir nunca mais foi à mesma coisa... Foi-nos apresentado a obra de Galeno, em que sonhos podiam ser vestidos, guardados, escolhidos... e nossos sonhos agora eram alvo de maior atenção... Quantos de nós já não sonhamos com alguém que se foi, lembramos nossos sonhos de criança, sonhamos que estamos caindo, voando, correndo, lutando, falamos o nome de alguém, blablamos, fomos pra outro mundo, falamos com animais, prevemos coisas, ou sonhamos o que queremos que aconteça...
A partir de agora tudo isso podia se tornar material de cena, todos poderiam colaborar e criar... Foi nessa atmosfera de sonhos que iniciamos nossas criações. O roteiro inicial era uma simples cena que mais parecia um jogo entre dois personagens, O mestre dos sonhos, aquele sujeito alegre que distribuia sonhos para todos e o devorador de sonhos que deixa todas as suas vitimas em pesadelos horríveis ou até sem sonhos. Foi ai que nasceu a música “Sonhei”, composta pela Brenda Oliveira, a música experimental contagiou todo mundo, grudou como chiclete, e foi motivo de orgulho pra toda a equipe, como nosso roteiro foi assumindo naturalmente uma atmosfera infantil, resolvemos manter, e música se tornou tema do trabalho.
Experimentamos várias formas de cantar, em camadas diferentes, usando bem as vozes que tínhamos, cantamos no ônibus, no terminal, na rua... Era notável o caminho que a turma passava a tomar para uma unidade, era perceptível para muitos a arte enquanto ciência humana e social de grupo, que as parcerias são necessárias para um objetivo que é geral.

A terceira unidade, assim como a disciplina terminou como se iniciou em roda, uma roda democrática digamos assim... todos tinham voz e vez, e onde vimos naquele dia nossa turma caminhar para uma linha de colaboração, onde observava-se que nossa união fazia nossa arte acontecer.
Nossos experimentos, que tinham como temática principal O sonho contemplou as nossas diferenças, e os trabalhos ficaram bem diversificados, ao final questionamos ainda a qualidade dos mesmos e sobre até que ponto o ser experimento justifica nossa falta de “produto acabado” levando em consideração diversos fatores, a estética por exemplo.
Sendo assim, observamos como qualidade do teatro contemporâneo, a utilização do mesmo, seus recursos e seu contexto, no que tange o indivíduo enquanto ser que cria, no mundo conectado, ele tem opinião é instigador, é denunciador, e seus reflexos na arte cênica onde o mesmo é criador, e o rompimento do texto como único material dramatúrgico, que da voz e possibilita à mente criativa para esse indivíduo cercado de informações, e ao mesmo tempo individualizado, que se vê em paradoxo com o processo dramatúrgico em colaboração!
REFERÊNCIAS
COSTA, José. Teatro contemporâneo no Brasil – criações partilhadas e presença diferida. Rio de janeiro: 7 letras, 2009.
GALEANO, Eduardo. O livro dos abrações. 9ed.. Porto Alegre: L&PM. 2002.
SILVEIRA, Eduardo Cesar. Quando tudo pode virar texto: a influência da criação coletiva e do processo colaborativo na dramaturgia contemporânea. Revista Anagrama: Revista Científica Interdisciplinar da Graduação, São Paulo, v. 1, n. 5, 2011. Disponível em: https://docs.google.com/viewer?a=v&q=cache:q3j7jQ9myl8J:www.usp.br/anagrama/Silveira_texto.pdf. Acesso em: 13 mar. 2013.

terça-feira, 19 de março de 2013

Sonhos...meu e teu!

por  Brenda Oliveira

“Tudo é importante...
Criar é inevitável... mas...
Sonhar é indispensável”. (Brenda Oliveira)



Percebemos que o combustível que nos movimenta em nossas vidas: são os nossos sonhos. Tudo o que queremos é viver de nossas fantasias, realizar um provável impossível, em nosso dia-a-dia.

“A atividade de ler e de processar a leitura, de se apropriar dela e de manipulá-la e transformá-la, a partir de novos objetos ou contextos, de reagir a ela em um meio que não o dos textos impressos me parece ser, de fato, um tópico fundamental para a compreensão não só da dimensão cênica, mas também do âmbito dramatúrgico-literário de parte considerável do teatro contemporâneo”. (COSTA, 2009, p. 33-34).

È com essa visão contemporânea: de apropriar-se de textos que não se resumem em letras, escritos, é que buscamos um olhar mais profundo, sobre o que vem a ser um processo de criação tão intimo, iniciado neste trabalho objetivando conhecer os sonhos de cada colega de classe. Pois:

“Não é só de palavras que vive a escrita. Ela também envolve o suporte, a tinta, a caligrafia etc. A escrita como inscrição diz respeito também a traços, linhas e pontos. Ela é também desenho e imagem visual”. (COSTA, 2009, p. 73).

Tendo este conceito de que através de qualquer objeto podemos construir, criar, que através dessa conversa pudemos perceber a existência de sonhos motivadores, perturbadores, conscientes ou não. Muitos de nós sonhamos acordados, ou até mesmo, insistimos em dizer que não sonhamos e que não queremos sonhar.
Percebemos que existem várias crenças sobre sonhos como: “dormir de barriga ‘cheia’ gera em nós pesadelos”, “que só devemos contar sonhos ruins com portas abertas, para que ele vá embora”, entre outras superstições.
Todos esses depoimentos foram usados em uma futura dramaturgia.
Para iniciarmos o aquecimento ficamos de pé e em circulo sussurramos, cantamos, falamos com raiva e/ou alegria trechos, ou a frase toda:” Sonho que se sonha só”, esta frase pode parecer egoísta, mas todo sonho é egoísta, ele é só meu ou só seu, originado do meu ou do seu subconsciente.
A professora Gisele trouxe para experimentarmos textos, ou melhor, memórias de sonhos, encontradas no livro de Eduardo Galeano: “O livro dos sonhos”.
Quantas formas de sonhar, quantos sonhos são apresentados neste livro, por isso tiramos dele alguns textos que nos auxiliaram no processo criativo. A cada duas pessoas um texto diferente. Depois de lermos o texto, ficamos de pé, e saímos pela sala falando um para o outro aquilo que lembrávamos de nossas leituras, depois começamos a dificultar nossa narração- natural, colocando memórias nossas na história contada nos textos sem tirar a essência de sua origem.
Chegamos ao grande momento onde experimentamos teatralmente toda a nossa criação e narração-natural. Após cada apresentação observávamos claramente cada história que haviam sido contadas anteriormente, através da contagem entre os alunos na sala.
Terminamos a aula escrevendo um texto que relatasse algo que tivesse sido dito por nós mesmo ou por todos da sala, privilegiando os sonhos.
Daqui pudemos retirar através de relatos, depoimentos, todo o material para o nosso processo, pois é possível e é interessante a utilização de qualquer meio, qualquer gesto, para uma bela criação:

“[...] por meios visuais e verbais, a livros e bibliografias há de ser tomada ainda em associação auto reflexiva com um aspecto específico, qual seja a prática de uma dramaturgia de leitura que se faz fundamentalmente como livre manipulação de arquivos, de acervos e de bibliotecas por dramaturgos-leitores ou dramaturgos-pesquisadores”.( COSTA, 2009, p. 44).

Mediante tantas informações e relatos pessoais começamos o nosso (referindo-me a equipe 3: Brenda Oliveira, Marcelo Lopes, Tiago Andrade, Ligia d’Cruz, Necylia Monteiro e Marcia) processo criativo, onde partimos de nossas memórias emotivas, do desejo pessoal de viver em um sonho, viver de nossos sonhos. Juntos, sentamos e fizemos um roteiro de tudo aquilo que iriamos fazer, cada cena. Trabalhamos em cima de uma música feita por mim, durante o processo criativo.
Trabalhamos com a temática circense logo, pois sentimos que a fantasia e os sonhos, em muitos momentos, são concretizados pelas crianças e adultos também, por que não?! , através do circo, na magia e no encanto circense.
Tentamos transpor através da cena final todos os relatos pessoais dos colegas de turma, as ideias de sonhos: bons e ruins. Tudo que é fantasia. A nossa própria realidade se faz fantasia, quando vivemos a realização do sonho em nosso dia-a-dia.


                           
Música: Sonhei  (todos os direitos reservados)
Composição: Brenda Oliveira
Arranjo: Melennie Caroline

O EU sonho


O EU sonho

Por Heidy Ataides
Sei que a minha alma recebe e filtra tudo em sonhos, a vida antes de tudo acontece quando eu sonho. Se o sonho modifica o meu dia, ele fica intenso de sensações do sonho e trás novas perspectivas e renova a minha vontade de viver.
Se deixar roubar pelo sono, sem deixar que o ladrão leve os meus sonhos, me transporto em espírito vivo o invisível, converso comigo e me enxergo como nunca, e amadureço em vida.
Acordar com a inspiração nos sonhos é acreditar que a possibilidade de transformação existe sempre!!

 
A mais íntima das sensações e emoções são reveladas quando contamos um sonho, confiamos ao outro sua maneira de ser sensível, a fragilidade, a emoção se revela em sonho na oportunidade de nos desfazer da casca que construímos pra sermos fortes socialmente. Nossas memórias acordam quando são provocadas, e me faz lembrar que sonho é coisa de criança porque ser criança é viver sonhando com as fantasias que nos veste a inocência e o poder infantil do que eu imaginasse poderia acontecer como dar vida a um tijolo, a um pedaço de madeira (meu boneco Rebeno), às folhas (dinheiro que comprava a merenda que mãe fazia), ao vento que leva a música quando do balanço eu cantava no quintal da minha casa, imaginando que dalí me levava pra passear nos galhos das árvores libertos.

A inspiração pra vivenciar a arte contemporânea foi a partir daí, se as palavras, a imaginação, e os sonhos têm poderes então um menino pode cair da nuvem enquanto dorme em um lugar onde uma Kombi que virou árvore pode perfeitamente falar. Isso mesmo, a Kombi que virou árvore pode dialogar com Carlinhos e chamar-lhe a atenção para a leitura, a descoberta e a viagem fantástica pelas histórias e contos infanto-juvenis. “Carlinhos pare de assistir televisão, os livros têm muito mais pra te mostrar e muito mais o que despertar nessa imaginação”. Adicionando luz, imagens e sonoplastia ao sonho de Carlinhos, a construção do roteiro coletivo levou um ator pra cena e despertou no grupo interesses para recursos áudio visuais para a construção dos movimentos necessários, além da elaboração do texto com o assunto que gostaríamos de abordar, inspirados por José da Costa quando afirma os caminhos para a construção da escrita teatral: “É a noção de uma escrita articulada e colaborativa entre os âmbitos verbal e cênico, corporal e imagético, vocal e sonoro...”

Encerrando Prática de Criação Dramática com a encenação dos movimentos do roteiro no Teatro de Bolso da UFMA, na colaboração com os outros grupos na improvisação dos recursos técnicos, no registro dessas encenações e com a despedida de uma disciplina que nos trouxe inspiração a partir do que pode ser simples mas muito poético pra construção do teatro, com o fazer coletivo e colaborativo.

 

segunda-feira, 18 de março de 2013

A arte do momento e a dança dos sonhos


Por Tieta Macau
Um “caldeirão” de misturas, linguagens, imagens e informações. Mesmo que não apareça na cena é vivido na construção da obra. Texto, figurino, pausas, imprevistos, erros, todos propostos ou surgidos num caminho de um trabalho contemporâneo, são obstáculos e cada obstáculo é um enigma a ser desvendado que “no teatro, não se resolvem com as palavras, mas com a ação.” (BARBA,2010). A ação é fruto do corpo, e este é elemento chave para a arte contemporânea, é uma linguagem mesclando-se a outra linguagem:
Ele(o corpo) transmite gradações de significados expressivos numa comunicação não-verbal, indo desde os gesto cotidianos até os extracotidianos, em sua manifestação poética. Ou seja, com vistas a uma finalidade artística. (SILVA, 2010, pg. 53)

Teatro é comunicação e o corpo é instrumento dessa comunicação. O movimento é elemento presente e indispensável a dramaturgia contemporânea, o corpo constrói aspectos dramatúrgicos às frases de movimentos, segundo SILVA essas podem ser definidas como um conjunto orgânico de gestos que comunicam uma ação corporal estruturada com inicio meio e fim. (2010, p. 57). A ação é a dramaturgia do corpo no espaço e no tempo e é quem é responsável por construir em grande parte o diálogo na cena contemporânea. Mesmo contendo textos teatrais, poéticos, contos, músicas e etc., estes estão quase sempre dialogando e se relacionando às ações corporais. O teatro contemporâneo é constituído de corpo, movimento, pensamento, sensações, a biografia do individuo – pois o processo de vida independente do individuo também soma à obra.  Para Lehmann o o conceito de escritura cênica deve:
Deslocar o foco para os procedimentos propriamente teatrais: a qualidade da presença, do gestual e do movimento dos atores, a semiótica dos corpos, as componentes estruturais e formais da língua enquanto campo de sonoridades, o desenvolvimento musical e rítmico do espetáculo, com sua temporalidade própria, e a iconografia dos procedimentos visuais, que, em lugar de ilustrar um texto compõe ”superfícies de linguagem antinômicas.”(FERNANDES, 2010, p. 53)

Penso que se o trabalho preciso com o corpo, ritmo e espaço está presente, há dança, e vejo o  teatro contemporâneo como uma dança que possui uma lupa para as pequenas ações denominadas de gestos, organizados em sequências, imagens e diálogos. A cena contemporânea é um espaço que preenche e esvazia com ações reais e coreografadas– e com situações que independem uma das outras, não se ligam pelo tempo, no entanto há um elo entre ambas, e o responsável por decifrar esse elo é o espectador.
Meu pensamento gira em torno do corpo, do movimento, mesmo com sono ou preguiça, ele move. Narrar no teatro contemporâneo, para mim é dançar. E se o tema é sonho, eu danço dormindo. A minha arte é regida pelo movimento. Em sala trabalhamos algumas visões acerca do teatro contemporâneo no Brasil e no mundo, e partimos para busca de elemento para a composição de nossos enigmas. O primeiro conto, o primeiro sonho:
Helena sonhou que queria fechar uma mala e não conseguiu, e fazia força com as duas mãos, e apoiava os joelhos sobre a mala, e não adiantava. A mala que não se deixava fechar transbordava coisas e mistérios.
(GALEANO, 2012)

Na fila dos sonhos, um sonho que se sonha só pode ser um sonho que se sonha junto. E logo virou:
Durante muito tempo tive medo de sonhar, do anoitecer do deitar. Um dia me disseram que o sonho era meu e nele poderia ser e fazer o que quisesse. A cada vez que fiquei com medo criei asas e voei para um lugar que não era casa e nem mundo... Voei para o alto, lá para o céu onde ninguém pudesse me alcançar ou ver. As vezes fui até uma pedra. Fui feliz. Chorei, chorava por medo, dor não sei! Havia lágrimas e risos. E o melhor é ver tudo se repetir, por toda a minha vida, lagrimas, risos, asas, dejavus premonições, surpresas... sonho. Só. Sonho. Descobri que no sonho poderia ser o que nunca poderia ser na Terra. Ser árvore princesa, barco de papel ou qualquer coisa que seja simplesmente de verdade. Eu.

A vida de Ismar, e seu tesouro no fundo de casa lhe dado através de um sonho, também entraram na dança para somar a construção. Corpo, sons, pessoas, elementos, palavras, contos e músicas e improvisações. Tudo foi jogado no “caldeirão” e todos chegaram a um resultado. Muitas coisas foram deixadas pra trás, no entanto “não há trabalho criativo sem desperdício.” (BARBA, 2010)
Sonhei só, sonhei junto. Do meu teatro, fiz minha dança... e contemporâneo para mim é a verdade do que a gente faz com o coletivo das ações, das linguagens, dos espações dos corpos. Ou simplesmente resumo a arte contemporânea em uma música:


REFERENCIAS BLIOGRÁFICAS
BARBA, Eugênio. Como queimar a casa: origens de um diretor. São Paulo: Perspectiva. 2010
FERNADES, Silvia. Teatralidades contemporâneas. São Paulo: Perspectiva. 2010.
SILVA, Soraia Maria. A linguagem do corpo. Humanidades nº52. UNB, 2006. PP 53 - 66.
COSTA, José. Teatro contemporâneo no Brasil – criações partilhadas e presença diferida. Rio de janeiro: 7 letras, 2009.

GALEANO, Eduardo. O livro dos abrações. 9ed.. Porto Alegre: L&PM. 2002.

NUNCA DEIXE DE SONHAR!!!




POR: Jeane Silva (Jhebinha Starpink)



Há uma luz, em algum lugar,
que vai fazer seu sonho se realizar
É só você, acreditar
que uma nova estrela vai poder brilhar

A vida é feita de ciclos, para provar essa afirmação irei relatar o modulo final da disciplina Praticas de Criação Dramática, mas antes disso para entender porque falo de ciclo irei relatar um pouco da primeira aula. No primeiro dia de aula a professora nos propôs um jogo onde cada um deveria colocar o nome que gostava de ser chamado, e uma musica que gostasse muito, a musica que escolhi para colocar junto ao meu nome foi a musica Nunca Deixe de Sonhar, uma musica muito representativa em minha vida, que fala de sonho, cujo trecho citei no inicio, muitas aulas vieram depois desse dia, foi então que em um belo dia professora chegou na sala mostrando nos diretrizes para fazermos nossa própria criação dramática, e adivinhem qual o tema...

SONHOS!!

Sonhos? Mas sonhos não são só aquilo que vivemos quando estamos dormindo? Tem aqueles ruins, aqueles divertidos, os que nos fazem fazer ou dizer coisa, e também aqueles... sabe... aqueles que dá vergonha de falar.
Tudo isso são indagações que rodam a cabeça dos leigos no mundo das artes cênicas ou até mesmo alguém como eu que interessa-se por esse fantástico  mundo mas não tem ainda um contato tão direto, e foi para estraçalhar esses conceitos que essa disciplina veio.
O processo de criação teve inicio com poemas de Galeano trazidos pela professora, esses poemas deveriam ser lidos e depois criados um sonho próprio a partir desses e contados a turma num jogo, onde caminhávamos pela sala e ao sinal da professora, deveríamos contar um sonho baseado no texto lido.
“Eu sonhei que estava em uma sala que haviam varias portas e cada porta tinha uma placa escrito um sonho meu,  no chão haviam diversas chaves, então de joelho comecei a catar todas essas chaves, então com as chaves em mãos comecei a tentar abrir cada porta, mas nenhuma chave abria aquelas portas, foi então de repente uma luz surge debaixo de uma das portas e ilumina uma chave que estava em minha mão, eu peguei a chave fui em direção da porta e quando coloquei a chave...O SONHO ACABOU!”
Esse foi o texto que relatei a todos os meus colegas durante o jogo, e no final o transcrevi para o papel.
No dia seguinte sentamos em um circulo e começamos a relatar nossos sonhos pessoais, os depoimentos foram um material de criação a mais. Nos depoimentos surgiram historias de sonhos repetitivos, pesadelos, sonhos reveladores, sonhos fantásticos, sonhos de vida, dentre outros. E foi assim que  já se findando essa esplendida disciplina que a professora nos propôs a  deixar nossa imaginação rolar e criar algo para apresentar como encerramento de disciplina, a turma foi dividida em grupos e fiquei muito feliz com o grupo ao qual participei, isso por que já tive experiências que não me agradaram muito quando participei de outros grupos, com pessoas diferentes. Diferentemente dos outros que não me deixaram muito satisfeita, esse pode me fazer sentir útil, algumas ideias minhas foram acolhidas com entusiasmo. Eu sou o tipo de pessoa que tem uma criatividade muito forte, mas só a expresso quando sinto que terei espaço, e esse espaço eu senti nessa equipe. Apesar de eu ter ficado por trás das câmera, mesmo assim senti que tinha minha importância ali, e sei que essa foi a primeira de muitas experiências cênicas com essa turma que aos poucos irá me conhecer e perceber que existe algo escondido por trás daquela menina que parece nada ter que ver com o mundo cênico.
O tema proposto pela professora me trouxe muitas ideias à parte, que pretendo aplicar em breve, e além do tema também comecei a observar muitas outras coisas cotidianas que ao ver da sociedade são simples, mas devido a matéria pude perceber que é um material de muito valor criativo e dramático.
“Sou artista do meu jeito, minha criatividade é independente, e não me obedece, só resolve aparecer quando bem entende, mas também quando ela surge, sai da frente.”
Espero que nesses anos de curso que virão pela frente, possa ver meu espaço, e mostrar a que vim. E como diz a minha musica, é só você acreditar que uma nova estrela vai poder brilhar, sei que em breve essa estrela vai brilhar e será uma ESTRELA COR DE ROSA.


                    

domingo, 17 de março de 2013



EsfORÇo COLeTIvO”                                          por Arison Robert
Nesta unidade final o tema é: Teatro Contemporâneo
Iniciamos com a leitura do artigo “Presença dividida e sentido em deriva” que trata da estrutura da dramaturgia conjugada, além do vídeo de trechos dos espetáculos: “O paraíso perdido” com dramaturgia de Sérgio de Carvalho e direção de Antônio Araújo, de 1992 encenado na Igreja de Santa Ifigênia em São Paulo, “O livro de Jó” com dramaturgia de Luís Alberto Abreu e direção de Antônio Araújo este encenado em 1995, no interior do Hospital Humberto Primo, em São Paulo, ambos do grupo Teatro da Vertigem. Antes assistimos EVOÉ com José Celso Martinez – que registra a luta por reconhecimento do seu trabalho inovador através do Teatro Oficina onde o mesmo relata a experiência com o uso dos métodos clássicos (stanislavskianos) e que no vídeo o mesmo afirma: “O teatro é sacerdócio [...] é loucura, é doar-se pela arte que liga, transcende, desenvolve a percepção sensorial...” Que se destacam pela escrita conjugada, interatividade do publico, teatro narrativo, performático intertextualidade que possibilita trabalhar com textos não dramáticos, colagem e montagem , presença marcante do ator através da expressividade, presença corporal onde este narra, canta, dança, representa (performance). Observados por (COSTA, 2009, P.37).
“Nem a leitura de textos bíblicos como um ato físico, nem o livro sagrado cena na primeira peça da companhia paulista, Já no segundo trabalho da trupe podemos encontrar referências às Escrituras e à sua leitura em conexão com a interação efetiva das personagens, a exemplo da leitura em voz alta para grupos de ouvintes, como ocorre nos momentos em que o personagem Baldad faz a pregação religiosa, lendo trechos bíblicos.”
                   Em seguida trabalhamos a prática: relacionada com o Livro dos Abraços de Galeano, cada aluno recebe a cópia de uma página do livro, a página 200 que trabalhamos tem como título “Os sonhos do fim do exílio /3”. Depois da leitura movendo-se na sala, contar o sonho aos colegas em seguida ouvi-los. Num segundo momento contar um sonho baseado no texto e com a contribuição criativa de cada narrador. Eu buscava achar A CHAVE para abrir a porta, mas cada vez que me aproximava, ela ia se afastando e estava escuro de surpresa surge uma luz, neste momento as chaves caem no chão e agora somente com uma das chaves na mão foi que eu percebi que ela a chave se transformou em líquido e derramou-se pela casa. Todas as pessoas que eu encontrava nessa hora já haviam ido embora foi ai que finalmente cheguei e pra minha surpresa a porta já estava aberta...
                 Enquanto ouvia a narrativa do s colegas e também contribuía, percebi a importância do registro, embora nem sempre a gente se recorde com detalhes. Lembro-me com certeza do fato de descrever, por exemplo, que num determinado sonho eu caia, e este detalhe é comum nos sonhos de outras pessoas, também o fato de sonhar com alguém que você não conhece, e esta pessoa nos trata como se convivesse a tempos conosco, dos sonhos que não se repetem e ou aqueles que vem em série por uma determinada fase da vida.

                 Nada é por si só, mais imprevisível do que o ato de SONHAR!
                 Bem como afirma (Costa, 2009, p.33).
“... mas também nos próprios espetáculos, não somente como escrita de palavras, mas também de sons, gestos, movimentos objetos iluminação, imagens etc. É a noção de uma escritura articulada e colaborativa entre os âmbitos verbal e cênico, corporal e imagético, vocal e sonoro, que leva a priorizar um teatro afetivamente encenado e não propriamente um acerto universo de obras dramáticas disponível em livros.”
                 No dia 26/02 tivemos o prazer de ouvir o conto “O sonho de Ismar”.  Tínhamos em mãos a base para criar a estrutura de um roteiro através dos contos aliando claro, à criatividade de cada integrante do que fora estudado e experimentado nas aulas anteriores;  nasceu então SONHO MEU! Tendo como trilha a musica conhecida na voz de Maria Betânia, seguida da musica “Nos bailes da vida” com Milton Nascimento. Nossa equipe: Tieta, Tiara, Josemar, Vinicius e eu Arison.
                No teatro de bolso mesmo local que iniciou a disciplina:
             Posição de publico Silêncio de publico, atenção...
             De olhos fechados não me vejo mais que um simples texto essa é a proposta que faz deste módulo final da disciplina, partindo do tema: “SONHO” Esse é o meu sonho...  E mais uma vez é posto em teste a nossa imaginação na arte de sonhar um sonho coletivo, partindo do ponto de vista de toda a equipe, e pouco importa se tem ou não a ver, o que vale é acreditar e fazer com toda sinceridade que caracteriza a verdadeira arte de interpretar, convencer que é tudo por um momento único é inigualável o de representar o que foge do normal para muitos.
            O corpo ardendo em desejo por fazer algo diferente e ter como objetivo não cair na mesmice de tantos que insistem em fazer algo acabado Arte não!
           Esta não se define não se finada como muitas coisas na vida. “O SONHO NÃO ACABOU”.
                                                                          Abrem-se as cortinas
           As luxes ascendem
             É hora, agora ou nunca... E o resultado não poderia ter sido melhor; as três equipes que apresentaram de forma diversificada suas propostas, ricas em detalhe, em expressividade cênica, explorado diversas praticas de se representar o que fora trabalhado no decorrer das aulas dadas, e modéstia parte essa turma é:
           A TURMA!       
           O grito que sai da garganta:

PARA MUITO DE VOCÊS NÃO PASSAMOS DE DESOCUPADOS
VAGABUNDOS QUE SÓ ANDAM FAZENDO PERFORMANCES POR TODOS OS LADOS
NA VERDADE É MUITO FÁCIL GENERALIZAR
 MAS É POR CAUSA DE VOCÊS QUE INSISTIMOS EM CONTINUAR
É ISSO AÍ...
VOCÊ QUE RIR DA GENTE E QUE SÓ QUER RIDICULARIZAR
CHEGOU A HORA ENTÃO PRESTA ATENÇAÕ
NÃO VIEMOS TE AGRADAR E NEM TANTÃO POUCO TE FAZER SORRIR
SE ACHA QUE SOMOS PALHAÇOS ESTÃO RINDO DE NÓS
SUBAM NESSE PALCO E FAÇAM O MELHOR
TEMOS CONSCIÊNCIA DO QUE SOMOS E O QUE TEMOS                             
 E O QUE PODEMOS FAZER PODE CRER
ESSE É O FATO QUE NOS TORNA DIFERENTE
A VIDA É UMA LUTA VENHA LUTE COM A GENTE
ENFRENTADO A REALIDADE COMO ELA É
SOMOS DO CURSO DE TEATRO PRO QUE DER E VIER
UNIDOS EM TORMO DE UM OBJETIVO SÓ
MAIS DO QUE O OUTRO NINGUÉM É MELHOR
POIS ANTES DE TUDO SOMOS CONSCIENTES
PRA VOCÊ QUE DUVIDOU O TEATRO SEGUE EM FRENTE
TEMOS A CAPACIDADE E UMA MENTE CRIATIVA
O ESFORÇO COLETIVO ISSO QUE NOS INCENTIVA
 A FAZER DA NOSSA A COISA MAIS IMPORTANTE
CONVIVENDO LADO A LADO RESPEITANDO O SEMELHANTE
NÃO ESTAMOS AQUI PRA CONCORRER COM NINGUÉM
A TODOS ESTAMOS MOSTRANDO QUE TEMOS VALOR TAMBÉM
LUTAMOS MUITO ENFRENTANDO O PRECONCEITO
TUDO O QUE QUEREMOS É UM POUCO DE RESPEITO
SE ESTAMOS AQUI É PORQUE MERECEMOS
DE CABEÇA ERGUIDA NUNCA NOS VENDEMOS
 PODE CRER HAVEREMOS DE LUTAR
SE DEPENDER DE NÓS O TEATRO NUNCA VAI PARAR



Referencia:
COSTA Filho, José da. Teatro contemporâneo no Brasil: criações partilhadas e presença diferida.2009. Rio de Janeiro: 7LETRAS.
GALEANO Eduardo. O Livro dos abraços. 2006.São Paulo: Ed.LeM.