terça-feira, 19 de março de 2013

Sonhos...meu e teu!

por  Brenda Oliveira

“Tudo é importante...
Criar é inevitável... mas...
Sonhar é indispensável”. (Brenda Oliveira)



Percebemos que o combustível que nos movimenta em nossas vidas: são os nossos sonhos. Tudo o que queremos é viver de nossas fantasias, realizar um provável impossível, em nosso dia-a-dia.

“A atividade de ler e de processar a leitura, de se apropriar dela e de manipulá-la e transformá-la, a partir de novos objetos ou contextos, de reagir a ela em um meio que não o dos textos impressos me parece ser, de fato, um tópico fundamental para a compreensão não só da dimensão cênica, mas também do âmbito dramatúrgico-literário de parte considerável do teatro contemporâneo”. (COSTA, 2009, p. 33-34).

È com essa visão contemporânea: de apropriar-se de textos que não se resumem em letras, escritos, é que buscamos um olhar mais profundo, sobre o que vem a ser um processo de criação tão intimo, iniciado neste trabalho objetivando conhecer os sonhos de cada colega de classe. Pois:

“Não é só de palavras que vive a escrita. Ela também envolve o suporte, a tinta, a caligrafia etc. A escrita como inscrição diz respeito também a traços, linhas e pontos. Ela é também desenho e imagem visual”. (COSTA, 2009, p. 73).

Tendo este conceito de que através de qualquer objeto podemos construir, criar, que através dessa conversa pudemos perceber a existência de sonhos motivadores, perturbadores, conscientes ou não. Muitos de nós sonhamos acordados, ou até mesmo, insistimos em dizer que não sonhamos e que não queremos sonhar.
Percebemos que existem várias crenças sobre sonhos como: “dormir de barriga ‘cheia’ gera em nós pesadelos”, “que só devemos contar sonhos ruins com portas abertas, para que ele vá embora”, entre outras superstições.
Todos esses depoimentos foram usados em uma futura dramaturgia.
Para iniciarmos o aquecimento ficamos de pé e em circulo sussurramos, cantamos, falamos com raiva e/ou alegria trechos, ou a frase toda:” Sonho que se sonha só”, esta frase pode parecer egoísta, mas todo sonho é egoísta, ele é só meu ou só seu, originado do meu ou do seu subconsciente.
A professora Gisele trouxe para experimentarmos textos, ou melhor, memórias de sonhos, encontradas no livro de Eduardo Galeano: “O livro dos sonhos”.
Quantas formas de sonhar, quantos sonhos são apresentados neste livro, por isso tiramos dele alguns textos que nos auxiliaram no processo criativo. A cada duas pessoas um texto diferente. Depois de lermos o texto, ficamos de pé, e saímos pela sala falando um para o outro aquilo que lembrávamos de nossas leituras, depois começamos a dificultar nossa narração- natural, colocando memórias nossas na história contada nos textos sem tirar a essência de sua origem.
Chegamos ao grande momento onde experimentamos teatralmente toda a nossa criação e narração-natural. Após cada apresentação observávamos claramente cada história que haviam sido contadas anteriormente, através da contagem entre os alunos na sala.
Terminamos a aula escrevendo um texto que relatasse algo que tivesse sido dito por nós mesmo ou por todos da sala, privilegiando os sonhos.
Daqui pudemos retirar através de relatos, depoimentos, todo o material para o nosso processo, pois é possível e é interessante a utilização de qualquer meio, qualquer gesto, para uma bela criação:

“[...] por meios visuais e verbais, a livros e bibliografias há de ser tomada ainda em associação auto reflexiva com um aspecto específico, qual seja a prática de uma dramaturgia de leitura que se faz fundamentalmente como livre manipulação de arquivos, de acervos e de bibliotecas por dramaturgos-leitores ou dramaturgos-pesquisadores”.( COSTA, 2009, p. 44).

Mediante tantas informações e relatos pessoais começamos o nosso (referindo-me a equipe 3: Brenda Oliveira, Marcelo Lopes, Tiago Andrade, Ligia d’Cruz, Necylia Monteiro e Marcia) processo criativo, onde partimos de nossas memórias emotivas, do desejo pessoal de viver em um sonho, viver de nossos sonhos. Juntos, sentamos e fizemos um roteiro de tudo aquilo que iriamos fazer, cada cena. Trabalhamos em cima de uma música feita por mim, durante o processo criativo.
Trabalhamos com a temática circense logo, pois sentimos que a fantasia e os sonhos, em muitos momentos, são concretizados pelas crianças e adultos também, por que não?! , através do circo, na magia e no encanto circense.
Tentamos transpor através da cena final todos os relatos pessoais dos colegas de turma, as ideias de sonhos: bons e ruins. Tudo que é fantasia. A nossa própria realidade se faz fantasia, quando vivemos a realização do sonho em nosso dia-a-dia.


                           
Música: Sonhei  (todos os direitos reservados)
Composição: Brenda Oliveira
Arranjo: Melennie Caroline

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